v No que se diferenciam a surdocegueira e DMU?
A surdocegueira é
uma deficiência única em que o indivíduo apresenta ao mesmo tempo perda da
visão e da audição concomitantes em graus diferentes.
Quando a pessoa nasce com surdocegueira ou fica surdocega ela não recebe as
informações sobre o que está sua volta de maneira fidedigna, precisa da mediação de comunicação para poder
receber, interpretar e conhecer o que lhe cerca. Seu conhecimento do mundo se
faz pelo uso dos canais sensoriais proximais como: tato, olfato, paladar,
cinestésico, proprioceptivo e vestibular(Shirley Maia,2011)
Já na deficiência múltipla a
pessoa mesmo não recebendo todas as informações de forma fidedigna, ela terá
apoio da visão ou audição.
São consideradas
pessoas com deficiência múltipla aquelas que têm mais de uma deficiência
associada. É uma condição heterogênea que identifica diferentes grupos de
pessoas, revelando associações diversas de deficiências que afetam, mais ou
menos intensamente, o funcionamento individual e o relacionamento social(MEC/SEESP,
2010, fasc. 5).
v Necessidades
básicas dos alunos com surdocegueira e DMU
Antes
de qualquer coisa a criança com
surdocegueira e DMU necessita ser olhada
como criança; ser olhada como alguém que pode aprender; ser considerada como
potencialmente bem sucedida; sentir que a família e a escola têm expectativas
positivas em relação a ela.
Todo trabalho com o aluno com surdocegueira e
deficiência múltipla implica em contante interação com o meio ambiente. Essas
interações juntamente com a organização
do esquema corporal favorece aprendizado. Para que a pessoa surdocega e com DMU possa se
auto perceber e perceber o mundo exterior, devemos buscar a sua verticalidade, equilíbrio
postural, articulação, harmonização de
seus movimentos, autonomia em descolamentos e movimentos, aperfeiçoamento das
coordenações visomotora e motora global,
deslocamento da força muscular(MEC/SEESP/2010, fasc. 5).
É fundamental que todos trabalhem visando à máxima independência
possível da pessoa com deficiência ensinando a ter autonomia para levar uma vida
digna.
v Estratégias
utilizadas para a aquisição de comunicação
Segundo a prof.ª dra Shirley Maia(2011), para os alunos surdocegos ou com
deficiências múltiplas, existem formas diferentes de aprender e de se comunicar.
Aprender a comunicar implica dar atenção aos outros (comunicação receptiva), assim como
responder-lhes ( comunicação
expressiva). O
professor deve observar qual o meio de comunicação ao qual a criança se adapta
melhor para utilizá-lo em seu aprendizado.
A comunicação receptiva ocorre quando alguém
recebe e processa a informação dada por meio de uma fonte e forma (escrita,
fala, Libras e etc). A informação pode ser recebida por meio de uma pessoa,
radio ou TV, objetos, figuras, ou por uma variedade de outras fontes e formas.
A comunicação expressiva requer que um
comunicador (pessoa que comunica) passe a informação para outra pessoa.
Comunicação expressiva pode ser realizada por meio do uso de objetos, gestos,
movimentos corporais, fala, escrita, figuras, e muitas outras variações.
É importante lembrar
que:
ü
sua comunicação inicial é pelo movimento corporal
e vocalizações(expressões naturais)
ü
precisam aprender por rotinas organizadas.
ü
a caixa de
antecipação será sua
primeira estratégia de comunicação.
üos objetos de referência tem a função de substituir a palavra, podem representar pessoas, objetos, lugares, atividades ou conceitos.
A possibilidade de se comunicar e ser ouvido,
de ter a oportunidade de fazer escolhas dentro de uma rotina previsível, com
atividades sendo antecipadas por um meio de comunicação dentro de suas
possibilidades podem levar a pessoa a
perceber que tem controle sobre sua vida, nem que seja em uma pequena parte, o
que é altamente motivante(Vula Maria Ikonomidis).
Referências
Surdocegueira e Deficiência
Múltipla, MEC/SEESP/ 2010, fascículo 5.
Aspectos Importantes para saber sobre Surdocegueira
e Deficiência Múltipla. Prof.ª Dra. Shirley Rodrigues Maia, São Paulo (2011)
COMUNICAÇÃO PARA PESSOAS COM SURDOCEGUEIRA. Tradução:
Miriam Xavier de
Oliveira, 2004
Oliveira, 2004
DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA SENSORIAL de Vula Maria
Ikonomidis