21 de abr. de 2014

BOLETIM INFORMATIVO

                               
v  No que se diferenciam a surdocegueira e DMU?

  A surdocegueira é uma deficiência única em que o indivíduo apresenta ao mesmo tempo perda da visão e da audição concomitantes em graus diferentes.
Quando a pessoa nasce com surdocegueira  ou fica surdocega ela não recebe as informações sobre o que está sua volta de maneira fidedigna,  precisa da mediação de comunicação para poder receber, interpretar e conhecer o que lhe cerca. Seu conhecimento do mundo se faz pelo uso dos canais sensoriais proximais como: tato, olfato, paladar, cinestésico, proprioceptivo e vestibular(Shirley Maia,2011)
Já na deficiência múltipla a pessoa mesmo não recebendo todas as informações de forma fidedigna, ela terá apoio da visão ou audição.           São consideradas pessoas com deficiência múltipla aquelas que têm mais de uma deficiência associada. É uma condição heterogênea que identifica diferentes grupos de pessoas, revelando associações diversas de deficiências que afetam, mais ou menos intensamente, o funcionamento individual e o relacionamento social(MEC/SEESP, 2010, fasc. 5).    


v  Necessidades básicas dos alunos com surdocegueira e DMU

       Antes de qualquer coisa a criança  com surdocegueira e DMU  necessita ser olhada como criança; ser olhada como alguém que pode aprender; ser considerada como potencialmente bem sucedida; sentir que a família e a escola têm expectativas positivas em relação a ela.
Todo trabalho com o aluno com surdocegueira e deficiência múltipla implica em contante interação com o meio ambiente. Essas interações juntamente com  a organização do esquema corporal favorece aprendizado.  Para que a pessoa surdocega e com DMU possa se auto perceber e perceber o mundo exterior, devemos buscar a sua verticalidade, equilíbrio postural, articulação,  harmonização de seus movimentos, autonomia em descolamentos e movimentos, aperfeiçoamento das coordenações visomotora  e motora global, deslocamento da força muscular(MEC/SEESP/2010, fasc. 5).
É fundamental que todos  trabalhem visando à máxima independência possível da pessoa com deficiência  ensinando a ter autonomia para levar uma vida digna.
            
v  Estratégias utilizadas para a aquisição de comunicação

      Segundo a prof.ª dra Shirley Maia(2011), para os alunos surdocegos ou com deficiências múltiplas, existem formas diferentes de aprender e de se comunicar. Aprender a comunicar implica dar atenção aos outros (comunicação receptiva), assim como responder-lhes ( comunicação expressiva). O professor deve observar qual o meio de comunicação ao qual a criança se adapta melhor para utilizá-lo em seu aprendizado.
A comunicação receptiva ocorre quando alguém recebe e processa a informação dada por meio de uma fonte e forma (escrita, fala, Libras e etc). A informação pode ser recebida por meio de uma pessoa, radio ou TV, objetos, figuras, ou por uma variedade de outras fontes e formas.
A comunicação expressiva requer que um comunicador (pessoa que comunica) passe a informação para outra pessoa. Comunicação expressiva pode ser realizada por meio do uso de objetos, gestos, movimentos corporais, fala, escrita, figuras, e muitas outras variações.
É importante lembrar que:
ü sua comunicação inicial é pelo movimento corporal e vocalizações(expressões naturais)
ü precisam aprender por rotinas organizadas.
ü a  caixa de antecipação  será sua primeira estratégia de comunicação.
üos objetos de referência tem a função de substituir a palavra,  podem representar  pessoas, objetos, lugares, atividades ou conceitos.
     A possibilidade de se comunicar e ser ouvido, de ter a oportunidade de fazer escolhas dentro de uma rotina previsível, com atividades sendo antecipadas por um meio de comunicação dentro de suas possibilidades podem  levar a pessoa a perceber que tem controle sobre sua vida, nem que seja em uma pequena parte, o que é altamente motivante(Vula Maria Ikonomidis).


Referências

Surdocegueira e Deficiência Múltipla, MEC/SEESP/ 2010, fascículo 5.
Aspectos Importantes para saber sobre Surdocegueira e Deficiência Múltipla. Prof.ª Dra. Shirley Rodrigues Maia, São Paulo (2011)
      COMUNICAÇÃO PARA PESSOAS COM SURDOCEGUEIRA. Tradução: Miriam Xavier de 
      Oliveira, 2004
      DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA SENSORIAL de  Vula Maria Ikonomidis