Tania Maria Cavalcante Maia
Estudos vem demostrando ao
longo da história o quanto as pessoas com surdez enfrentam entraves em seu
cotidiano, principalmente na busca de uma educação que favoreça o pleno
desenvolvimento de suas potencialidades.
Muitas pessoas com surdez são prejudicadas porque não recebem estímulos
adequados ao seu potencial cognitivo, linguístico, sócio-afetivo e
político-cultural, tendo grandes
perdas no desenvolvimento da
aprendizagem.
A nova Política Nacional de
Educação Especial, numa perspectiva inclusiva rompe com modelos conservadores
de educação que não contemplam as diferenças e que estão ainda presentes em muitas instituições.
É
preciso refutar estes modelos
conservadores da escola comum e
proporcionar as pessoas com surdez a oportunidade de aquisição de conhecimento.
A abordagem
educacional por meio do bilinguismo visa capacitar a pessoa com surdez para a
utilização de duas línguas no cotidiano escolar e na vida social. O aprendizado da LIBRAS e da Língua portuguesa é relevante para o desenvolvimento dos
processos perceptivos, linguísticos, cognitivos, culturais e sociais das pessoas com surdez. Neste sentido, cada língua tem o seu valor e mais do uma língua, as pessoas com surdez precisam de um contexto escolar que valoriza
as diferenças e potencializa e estimula o desenvolvimento cognitivo desse aluno.
Para Damázio(2010):
pensar e construir uma prática pedagógica que
assuma a abordagem bilíngue e se volte
para o desenvolvimento das potencialidades das pessoas com surdez, na escola, é
fazer com que essa instituição esteja preparada para compreender cada pessoa em
suas potencialidades, singularidades e diferenças e em seus contextos de vida.
Por meio do AEE que promove o acesso dos alunos com
surdez ao conhecimento nas duas línguas, em LIBRAS e em Língua Portuguesa, o
professor do atendimento organiza
o trabalho complementar em função dos conteúdos da sala regular. O plano de AEE envolve segundo Damázio(2010) três momentos didático-pedagógicos, conforme diagnóstico do
aluno: atendimento educacional especializado em LIBRAS; atendimento educacional especializado
para o ensino da LIBRAS; atendimento
educacional especializado para o ensino da Língua Portuguesa. Com o AEE nos três momentos os alunos se beneficiam
de ambientes inclusivos de aprendizagem.
Portanto, numa
proposta inclusiva, as práticas da
escola comum e do AEE devem ser articuladas
por metodologias de ensino que estimulem vivências e que levem o aluno a
aprender a aprender, propiciando condições essenciais da aprendizagem dos
alunos com surdez na abordagem bilíngue.
Referência
Coletânea
UFC-MEC/2010: A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar. Fascículo
04: Educação Escolar de Pessoas com Surdez - Atendimento Educacional
Especializado em Construção, p. 46-57.
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